Legalmente não possui registro de nascimento em cartório, impressão digital fichada no DOPS, cartão de crédito com bônus de milhagem aérea, tampouco caderneta na quitanda do bairro ou pendura de fiado no boteco da esquina. Não faz parte de nenhum programa de distribuição de renda do Governo Federal, nem recebe cestas básicas de alguma ONG que trabalha com assistencialismo com pessoas em situação de vulnerabilidade social. Arthur Cosmos simplesmente não existe.
Dizem por aí que talvez seja um alienígena pousado na Terra e perdido no espaço, quem sabe uma experiência bio-genética de fusão molecular, talvez um doido esquecido no sanatório após o uso exaustivo de taxas de juros bancárias, quem sabe um bebum largado na sarjeta depois da separação com a exposa, talvez um velhinho abandonado no asilo no dia seguinte à assinatura de seu milionário testamento ou por fim, mais ainda sem fim, um ex-agente secreto da ex-KGB trabalhando para a AL QAEDA.
Para alguns, talvez seja um super-herói recém criado por um grupo de dissidentes da Marvel, Disney, DreamWorks, Pixar ou WarnerBros, enquanto para outros, uma simples reengenharia visual de um personagem decadente e esquecido que precisa ser relançado no mercado editorial. Quem sabe - para quem ainda acredita em Papai Noel, Coelho da Páscoa e Anão de Jardim -, Arthur Cosmos seja uma lenda urbana, um simples dito pelo não dito popular. Deu para entender?
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